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Chuvas afetam 64,2% das áreas de agropecuária no RS, aponta MapBiomas

Dois terços dos municípios do Rio Grande do Sul (RS) enfrentaram os impactos de eventos climáticos extremos nos últimos dois meses, conforme aponta um levantamento recente.

As áreas destinadas à agropecuária no Rio Grande do Sul (RS) foram as mais impactadas pelas chuvas que atingiram o estado em abril e maio deste ano. Conforme levantamento divulgado pelo MapBiomas nesta quarta-feira (5), 64,2% dos terrenos utilizados para atividades agrícolas sofreram consequências dos eventos climáticos extremos.

Quase dois terços dos municípios do estado foram afetados pelos temporais nesses dois meses, representando 61% das cidades gaúchas.

Os dados fazem parte do relatório do MapBiomas, que conta com a colaboração de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, com foco no monitoramento da cobertura e uso da terra no Brasil. Para a coleta e análise das informações, o MapBiomas utilizou imagens de diversos sistemas de satélites.

De acordo com o estudo, a área afetada por deslizamentos de terra, enxurradas, inundações e alagamentos nos últimos dois meses no Rio Grande do Sul foi de aproximadamente 15.778 km², o que corresponde a 5,6% dos 281.748 km² de extensão do estado.

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 234 tiveram suas áreas urbanas impactadas, em maior ou menor grau. Em localidades como Eldorado do Sul, município situado a 12 km de Porto Alegre e banhado pelo Lago Guaíba, a área afetada superou 66%.

Em Mampituba, no litoral norte do Rio Grande do Sul, 49,5% do território foi afetado pelas chuvas. Em Canoas, uma das maiores cidades do estado, localizada a 14 km de Porto Alegre, 42,4% da área foi impactada.

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul:

  • 158 tiveram 1% ou mais da área urbanizada atingida
  • 47 tiveram 5% ou mais da área urbanizada atingida
  • 22 tiveram 10% ou mais da área urbanizada atingida
  • 6 tiveram 20% ou mais da área urbanizada atingida
  • 1 teve mais de 50% da área urbanizada atingida

O relatório detalha também o impacto dos eventos climáticos extremos na produção agropecuária, com mais de um milhão de hectares afetados. Além disso, quase 20% das formações campestres foram impactadas.

“A coleta sistemática de dados de satélite e a rápida disponibilização para análise dos efeitos de eventos classificados como catástrofes ambientais, como as precipitações extremas no estado do Rio Grande do Sul, são essenciais para compreender suas consequências, direcionar ações para atender a população afetada, estimar os danos ambientais e sociais, e calcular os prejuízos econômicos”, afirmam os pesquisadores responsáveis.

Chuvas no Rio Grande do Sul De acordo com os estudiosos do MapBiomas, eventos extremos, como vendavais e precipitações intensas, são mais frequentes no Rio Grande do Sul durante a primavera e o outono. As projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) indicam uma tendência de aumento na precipitação e na frequência de eventos severos.

06″As normais climatológicas do INMET dos períodos de 1961-1990 e 1991-2020 confirmam que praticamente todas as regiões do estado já apresentaram mudanças nessa direção, algumas com até 300 mm de aumento na precipitação anual entre os dois períodos”, destaca o documento.

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